sábado, 22 de março de 2014

Relatório Parcial de Pesquisa: Arquitetura da Habitação Popular: alguns estudos de casos sobres os modos de morar

Relatório parcial de pesquisa
 
Arquitetura da Habitação Popular:
alguns estudos de casos sobres os modos de morar
Orientadora: Raquel Rodrigues Lima
Aluna: Angela Cristiane Fagundes
Bolsista BPA/PUCRS
 Porto Alegre, dezembro de 2013
 
 

 

Introdução 
Novos modos de morar modernos surgem no século XX, em diferentes fases e níveis de desenvolvimento, com características gerais e, ao mesmo tempo, específicas com relação às diferentes realidades culturais, sociais, econômicas e políticas. O presente trabalho faz parte de uma pesquisa mais ampla, possui como objeto de estudo a habitação popular produzida no Brasil com qualidades arquitetônicas visíveis, entre o período de 1945 e 1960. A pesquisa tem como objetivo geral estudar aportes teóricos e sistematizar análises de estudos de casos de edifícios de habitação popular produzida no Brasil, que possam ser utilizados como possíveis referenciais para novos projetos. A partir da identificação de alguns projetos significativos, serão apresentados os estudos, seguidos de uma matriz de análise, dos seguintes projetos: 1) Oscar Niemeyer para o Conjunto Governador Juscelino Kubitschek, em Belo Horizonte, Minas Gerais; 2) Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), Rio de Janeiro; 3) Conjunto Residencial Marques de São Vicente (Residencial da Gávea), Rio de Janeiro; 4) Edifício Copan, São Paulo; 5) Edifício Holiday, Recife; 6) Conjunto Residencial Passo d’ Areia, Porto Alegre.
Objetivos da pesquisa
 
Objetivo geral:
Estimular a busca de alternativas para a produção de habitação de interesse social nos dias de hoje.
Objetivos específicos:
Estudar aportes teóricos sobre o tema da Arquitetura da Habitação Popular, produzidas no Brasil;
Selecionar e investigar estudos de casos da Arquitetura da Habitação Popular Brasileira;
Sistematizar diretrizes projetuais apropriadas às análises e estudos desenvolvidos.
 
 
Metodologia
A pesquisa segue os critérios de um trabalho teórico, conforme o seguinte procedimento metodológico: a) pesquisa bibliográfica em livros, revistas e ambiente virtual; b) seleção de projetos de habitação popular, no período entre 1945 a 1960; c) organização do material referente a cada exemplar através de fichas de catalogação de projetos arquitetônicos e urbanísticos e imagens fotográficas; d) análise arquitetônica por meio de uma matriz de análise com o foco de identificar os modos de morar por meio do contexto histórico, da implantação dos projetos em lotes urbanos, da funcionalidade das edificações e das características formais, compositivas e de caráter.
Levantamento de dados e estudos de casos por meio de análise arquitetônica de exemplares da arquitetura da Habitação Popular, produzida no Brasil, nos anos de 1950 e décadas seguintes do século XX.
 
Panorama da Habitação Popular Brasileira no século XX
No final do século XIX as atividades urbanas se intensificam nos grandes centros. A chegada de imigrantes causa a expansão descontrolada da malha urbana. A habitação é precária, insalubres.
Condições de meio, topografia e saneamento, favorecem a proliferação de epidemias, fato determinante para uma intervenção higienista.
O governo estimula a iniciativa privada a atender a demanda no setor imobiliário, através de incentivos ficais; trazendo as casas rentistas.
A partir de 1930 começa a consolidar uma nova abordagem sobre o tema habitação social, sendo entendida como multidisciplinar, ou seja, compreendia os seguintes campos: sociologia, política, filosofia, economia, engenharia e arquitetura.
O poder público procura fortalecer os órgãos governamentais tais como: Fundação da Casa Popular, Carteiras Prediais dos Institutos de Aposentadoria e Pensão e Departamento de Habitação.
A partir desse momento surgem diversas implantações de projetos de grande porte. Com números de unidades habitacionais acima de 2000 unidades, num cenário onde o máximo era de 200 habitações.
Projetos brasileiros tem visibilidade internacional, como é o caso do Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, vulgarmente conhecido como Pedregulho. Iniciativa essa proveniente do poder público.
Exemplo da iniciativa privada: Conjunto Governador Jucelino Kubitschek, Belo Horizonte.
Conceitos
 
 
Habitação Popular: Habitação popular ou Habitação de Interesse Social são as edificações financiadas ou estimuladas pelo governo a fim de atender a demanda de moradia às classes de “baixa renda”.
Modos de Morar Moderno: A Arquitetura Moderna na habitação contribuiu para a renovação das tipologias de projetos, processo construtivo, implantação urbanística, programas habitacionais e modos de morar; As propostas urbanísticas seguiam tendências de Ebenezer Howard com a Cidade Jardim; e de Le Corbusier, com a Unidade de Habitação de Marselha. Seguindo as recomendações do 2º CIAM, (1929, Alemanha, Unidade de Habitação Mínima) valorizava-se a célula da moradia e os equipamentos coletivos, ou seja, funções domésticas transferidas aos equipamentos sociais e comunitários: lavanderias coletivas, creches, salas de reuniões, etc.
 

“A habitação tornava-se a parte mais importante da cidade, inseparável dos espaços de recreação e demais equipamentos como assistência médica, ensino, comércio, transporte. [...] forjavam maneiras de convivência entre seus habitantes: do controle da célula habitacional às áreas livres. [...] O projeto desses espaços buscava ordenar as relações sociais, a vida comunitária, afetando o sentido de privacidade e coletividade de seus moradores.“ (SEGAWA, 2010, p. 121)

 
“Morar num edifício de apartamentos parecia significar participar desse vertiginoso e crescente progresso, enfim ter um estilo de vida metropolitano, o que se colocava implicitamente como um fator de status social [...] A nova forma de habitar era também vista como restritiva a imaginação e empobrecedora das experiências existenciais e simbólicas do espaço, principalmente para as crianças.” (PASSOS, 1998, p. 25)

 
“A Máquina de Morar, um dos maiores slogans do Movimento Moderno, é a célula habitacional tratada como mais um elemento utilitário dos tempos da produção em massa; enquanto a unidade de habitação é o conceito que incorpora a repetição de células habitacionais em um só bloco com várias funções auxiliares, como playground, cinema, lojas, padaria, etc.” (TEXEIRA, 1998, p. 210)
 
Conjunto Governador Jucelino Kubitschek
Endereço: Rua Guajajaras, 1268 – Centro – Belo Horizonte
Arquiteto: Oscar Niemeyer
Cliente: Governo do Estado de Minas Gerais
 
Cálculo estrutural: Joaquim Cardoso
 
Incorporador: Joaquim Rolla
 
Fonte: Angela Fagundes
 
 
 
 
 
Belo Horizonte
 
Belo Horizonte torna-se a capital do estado de Minas Gerais a partir de 1897, tomando o lugar de Ouro Preto, que perde seu posto em virtude de suas ruelas estreitas e insalubres por falta de ventilação e circulação adequada. Belo Horizonte assume o lugar após longa pesquisa do engenheiro Aarão Reis, que visitou diversos locais do estado em busca do lugar ideal. A capital planejada sofre influências do urbanismo da Paris de Hausmann, com seu traçado regular e forma de malha ortogonal, facilitando a higiene bem como rotas militares.
“Em 1897 inaugura-se Belo Horizonte, com pouca arquitetura, pouca matéria prima que pudesse ser aproveitada como símbolo da cidade.” (TEIXEIRA, 1998, p. 28)
 
“Aarão Reis, engenheiro, administrador, ardoroso fã da cidade de Washington, da Paris de Hausmann e do esquadro de 45°, trabalharia com todo calculismo necessário para erguer uma cidade moderna e com absoluta confiança no poder da engenharia.” (TEIXEIRA, 1998, p. 65)
 
 
 
Praça Raul Soares
A praça está situada na confluência de quatro importantes avenidas: Olegário Maciel, Augusto de Lima, Amazonas e Bias Fortes. A praça recebe esse nome em homenagem ao ex-presidente de Minas Gerais, Raul Soares de Moura. A Praça Raul Soares é uma rótula. É uma das principais praças de Belo Horizonte construída em estilo francês e é tombada pelo IEPHA. Além do CGJK, no entrono imediato à praça também está localizado o Mercado Central.
 
 
  Fonte: Google Maps  
Fonte Angela Fagundes
 
 
Conjunto Governador Jucelino Kubitschek
O Conjunto incorporava a utopia moderna de modificação do modo de vida da sociedade. Destacava-se por ser uma edificação de grande porte – a mais alta da cidade – e com um programa complexo e inédito em Belo Horizonte. O projeto de Niemeyer derivou-se da Unité d’Habitation, em Marselha, formulada por Le Corbusier, embora tenha sido construído na zona central em processo de verticalização.
 
  Fonte: Angela Fagundes
 Fonte: Angela Fagundes
 
 

Implantação
Um edifício dividido em dois blocos de 23 e 36 andares. A implantação é feita de modo que os equipamentos coletivos estão dispostos nos primeiros pavimentos. Ocupa toda extensão do quarteirão. (120 metros, máximo de quarteirão de Aarão).
Previam-se repartições públicas estaduais, estação rodoviária, mercado municipal, museu de arte moderna, bem como restaurantes, boate, lojas, hotel, praças de esportes e jardins. Estas características trazem ares de modernidade ao conjunto. Morar num edifício com museu, com teatro, cinema era muito moderno.
Sendo composto por oito tipologias de plantas. Desde a o módulo de apenas um quarto (de hotel) até o apartamento de cinco módulos, ou seja, de três quartos.
A ligação entre os blocos dá-se através de uma passarela acima do nível da rua.
 

Fonte: MACEDO, 2008 P. 445
 
 
Planta baixa
Os apartamentos foram distribuídos em fita, ao longo de um extenso corredor central, semelhante à rua interna da Unité d’Habitation de Marseille;
 
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.457

A circulação fortemente marcada: Rua interna;
Vertical: demarcada em planta.

 
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.456
 
 
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.446
 
Fachada
 
Fonte: Angela Fagundes
A fachada é definida através de módulos, sendo à base de 3,16m de largura o que definirá os tamanhos dos apartamentos.
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.449
 
Unidades habitacionais
Podemos observar a máquina de morar nessas tipologias, os apartamentos pequenos com espaços mínimos para suas funções. Nos quartos sem cozinha, ou sem área de serviço, já que estariam à disposição os equipamentos coletivos. A própria quantidade e modelos de tipologias são com esse caráter do modernismo.
 800 apartamentos
 
 
 
 
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.448
 
 
Há cinco tipos de plantas de apartamentos:
Apartamento Tipo 1: quarto de hotel sem copa (1 módulo), ocupa os três primeiros pavimentos do Bloco A.
Apartamento Tipo 2: quarto e sala com banho e espaço para geladeira (2 módulos).
Apartamento Tipo 3:  dois quartos, sala, banheiro e cozinha (3 módulos).
Apartamento Tipo 4: dois quartos, sala, banheiro, cozinha , área de serviço e dependência de empregada (4 módulos) .
Apartamento Tipo 5:  três quartos, sala, banheiro, cozinha, área de serviço e dependência de empregada (5 módulos).
400 apartamentos

Aqui há os outros três tipos de apartamento:


 
 
 
Fonte: MACEDO, 2008, P.248


Apartamento Tipo A: semi – duplex dividido em dois meios níveis com sala e cozinha junto à entrada, e quarto e banheiro acima.


 
Fonte: MACEDO, 2008, P.443


Apartamento Tipo B: praticamente um quarto de hotel, com uma pequeníssima copa de corrente da conciliação em corte entre o desnível do Tipo A.
Apartamento Tipo C: quarto de hotel, (13,9m²), sem copa, que ficava nos andares alternados, no mesmo nível de entrada do apartamento Tipo A.
 


Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho)

Endereço: Rua Capitão Félix, 50, Morro do Pedregulho, São Cristóvão, Rio de Janeiro
Cliente: Departamento de Habitação Popular do Distrito Federal
Equipe: Affonso Eduardo Reidy, Carmen Portinho, Roberto Burle Marx, Candido Portinari;
Projeto de 1946, entregue em 1958.




 
Fonte: Fonte: BONDUKI, 2002, p. 90
Rio de Janeiro
 A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro foi fundada por Estácio de Sá em 1° de março de 1565. Tornou-se capital da colônia portuguesa em 1763. Em 1808, virou a sede de todo o império português, com a fuga da monarquia de Lisboa para o trópico. O Rio passou a ser a capital do império.  De 1889 até 1960 o Rio de Janeiro foi Distrito Federal Republicano. Em 1960 institui-se o Estado da Guanabara até 1975 e o Município do Rio de Janeiro a partir desse momento.
Com o declínio do trabalho escravo, a cidade passara a receber grandes contingentes de imigrantes europeus e de ex-escravos, atraídos pelas oportunidades que ali se abriam ao trabalho assalariado. Entre 1872 e 1890, sua população duplicou, passando de 274 mil para 522 mil habitantes.
O aumento da pobreza agravou a crise habitacional, traço constante na vida urbana do Rio, desde meados do século XIX. O epicentro dessa crise era ainda, e cada vez mais, o miolo central – a Cidade Velha e suas adjacências –, onde se multiplicavam as habitações coletivas e eclodiam as violentas epidemias de febre amarela, varíola, cólera-morbo, que conferiam à cidade fama internacional de porto sujo.

 


Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho)
O Conjunto Habitacional Prefeito Mendes de Moraes, vulgarmente conhecido como Pedregulho é umas das mais importantes obras brasileiras de habitação coletiva do Modernismo. Este elaborado projeto teve como autor o conceituadíssimo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, sua companheira a Engenheira Carmen Portinho, painéis de Candido Portinari e Paisagismo de Roberto Burle Marx. Esta obra teve visibilidade internacional, sendo elogiada até por Le Corbusier em sua visita ao Brasil.
Na intensão de buscar exatamente o que a população necessitava, o projeto foi baseado em minucioso levantamento através de diversos técnicos, entre eles assistentes sociais. O objetivo era de estabelecer um novo modo de morar em parceria com seus futuros habitantes. Desta maneira são previstos diversos equipamentos complementares para atender tais necessidades, sob o ponto de vista de que função habitar não se resume na vida dentro de casa.
É um conjunto habitacional vertical dotado de complexo plano urbanístico, contando com espaços de lazer, conveniência e serviços, tais como: Jardim-de-infância, Maternal, Berçário, Escola Primária, Posto de Saúde, Ginásio Esportivo, Lavanderias Coletivas, Igreja, Piscina, Centro Sanitário.
É constituído por sete edifícios: três residenciais, quatro de serviço e áreas de lazer e piscina. O edifício principal possui 260 metros de extensão (272 unidades) e conta com um programa de apartamentos dotado diferentes tipologias, este é o “edifício serpenteante”.
Utiliza técnicas de engenharia avançadas para a época.
 
Fonte: Fonte: BONDUKI, 2002, p. 89

Implantação
O terreno destinado a esse fim, com área de 52. 142m², com a taxa de ocupação de 17,3%. está situado na encosta oeste do morro do Pedregulho, sobre o qual se acham localizados os reservatórios de distribuição de água da cidade. Sua configuração é irregular e a topografia muito acidentada, apresentando uma variação de nível de 50 metros.
 
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 85
 
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 90
Planta Baixa
Três blocos de apartamentos sendo:
Bloco A - 7 pavimentos, 260 m de extensão, localizado a meia encosta, 272 apartamentos e pavimento intermediário de uso comum; Apartamentos de apenas uma peça até apartamentos de quatro dormitórios, inclusive duplex. A grande inovação neste bloco fica por conta do pavimento intermediário parcialmente livre, sugerido para crianças brincarem em dias chuvosos ou ainda em horário de insolação intensa. E também por conta da circulação ser externa, arejada e iluminada naturalmente, favorecendo inclusive a ventilação e iluminação do interior dos apartamentos.
  Fonte: BONDUKI, 2002, p. 91
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 90
 
 
 
 
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 92
Blocos B1 e B2 - 80 m de extensão, com 56 unidades habitacionais cada; Apartamentos duplex de dois, três e quatro dormitórios;
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 94
 
Escola Municipal
É o mais importante equipamento do conjunto. Com capacidade para atender 200 alunos, dispõe de cinco salas de aulas para atender 40 alunos cada, biblioteca, sala de estar, administração, vestiário e instalações sanitárias, além do possui ginásio de esportes e piscina olímpica. O bloco das aulas é sobre pilotis, proporcionando local coberto um dos maiores ícones das edificações modernistas.

 

Fonte: BONDUKI, 2002, p. 97
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 97
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 96
 
Posto de saúde
(atualmente encontra-se fechado em virtude do estado de conservação precário);
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 101

Cooperativa/lavanderia
(atualmente desativados - estados de conservação precários).
 
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 102


Conjunto Residencial Marquês de São Vicente (Minhocão da Gávea)
Endereço: Rio de Janeiro
Cliente: Departamento de Habitação Popular do Distrito Federal
Equipe: Affonso Eduardo Reidy, Carmen Portinho
Projeto de 1952
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 112

O Conjunto Residencial Marques de São Vicente, conhecido popularmente como Minhocão da Gávea é uma importante obra da habitação popular do século XX. Foi planejado para substituir uma favela existente no local, com aproximadamente 955 barracões, abrigando pessoas em condições de higiene e conforto precários. Já estavam em carácter provisório, até que a municipalidade promove a construção do conjunto.
O conjunto sofreu diversas alterações de seu projeto inicial, inclusive tendo seu programa suprimido e alterado. Assim como no Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes, estava previsto escola, mercado e os demais blocos. E ainda tem o caso do túnel e da autoestrada que não estava previsto para aquele local. Todas as outras unidades de apoio foram descartadas ou adaptadas para a nova situação da Avenida Lagoa-Barra. O arquiteto havia projetado a autoestrada em outra localização, porém não foi acatada a sugestão pelo poder público.
Segundo Carmen Portinho a insatisfação e discordância diante da execução e alteração deste projeto, tanto de sua parte, quanto de Reidy, lhes renderam as suas aposentadorias.
Implantação

  Fonte: BONDUKI, 2002, p. 107
O projeto original previa a construção de 748 apartamentos, creche, escola primária e secundária, playground, mercado, lavanderia, posto de saúde, igreja, teatro, campos de esportes, administração e um departamento de serviço social. Só o bloco principal, as lavanderias e o posto de saúde efetivamente foram construídos. Não foram construídos os demais sete blocos. O campo de futebol e o ginásio usado como salão de festas foram doados por uma ex-vizinha, que morava no luxuoso condomínio ao lado.


Fonte: http://www.rioquepassou.com.br/andredecourt/wp-content/imagens/1096894028_f.jpg
Planta Baixa
Fonte: BONDUKI, 2002, p. 110
Atualmente são 308 apartamentos, cerca de 1500 moradores, seis porteiros e não possui elevadores. Nos primeiros andares ficam pequenos apartamentos com sala, banheiro e uma pia instalada que se passa por cozinha. Variam de 25m² a 30m². Os duplex, instalados no quarto e no sexto andares, medem em torno de 45m².
 Fonte: BONDUKI, 2002, p. 110
Fachada

Fonte: BONDUKI, 2002, p. 110
Na fachada podemos perceber o pavimento intermediário para lazer, típico de Reidy, típico do Modernismo.

Fonte: Google Maps
 
 
 


 
Edifício Copan
 
Endereço: Av. Ipiranga, 200 - São Paulo
 
Arquiteto: Oscar Niemeyer
 
Proprietário: Cia. Panamericana de Hotéis e Turismo e Banco Nacional Imobiliário
 
Projeto de 1951, entregue em 1971
 
 
 
 
 
 
Fonte: BOTEY, 1996, P.66

 
São Paulo

São Paulo surgiu como missão jesuítica, em 25 de janeiro de 1554, reunindo em seus primeiros territórios habitantes de origem tanto europeia quanto indígena. A característica comercial e de composição heterogênea vai acompanhar a cidade em toda a sua história, e atingirá o seu ápice após o crescimento demográfico e econômico advindo do ciclo do café e da industrialização, que elevariam São Paulo ao posto de maior cidade do país.
Após a abolição da escravatura em 1888 a cidade é tomada por imigrantes oriundos em sua grande maioria da Europa, causando um aumento demográfico no qual a infraestrutura urbana da cidade não acompanhou. Neste tempo surgem os aglomerados de população nos insalubres cortiços e por consequência surgem também as pestes. No início do século XX a reorganização da composição urbana passa a ser de necessidade e intervenção sanitária. Nesse momento surgem os primeiros conjuntos habitacionais, sejam eles, em primeiro momento, horizontais, até que por fim, surgem os conjuntos verticais, estabelecendo novos modos de morar, já que a população era contrária a habitar em apartamentos.
O Edifício Copan está localizado em uma avenida muito tradicional em São Paulo, a Avenida Ipiranga.

 
Edifício Copan
 
 
O Edifício Copan é uma importante obra, tanto plena sua influência na cidade de São Paulo, quanto pela representatividade na Arquitetura Moderna Brasileira. A sua forma sinuosa destaca-se na Avenida Ipiranga trazendo uma característica peculiar a sua fachada ou mesmo em planta, quando vista de cima (cabe salientar que São Paulo é a segunda cidade em número de helicópteros do mundo, perdendo apenas para Nova York).  Traz na sua concepção a unidade de habitação vertical proposta por Le Corbusier, esse mesmo conceito já havia sido aplicado pelo próprio Niemeyer no Conjunto JK em Belo Horizonte.
Da mesma forma que o Conjunto JK, o Copan sofreu diversas alterações no seu projeto original e também levou vários anos para ficar habitável.
O edifício foi encomendado para o IV Centenário da cidade (que viria a ser comemorado em 1954). A ideia era inspirada no Rockefeller Center, de Nova York, condomínio que unia um grande centro comercial e de lazer a residências. O edifício Copan seria a imagem da "São Paulo moderna". Oscar Niemeyer desinteressou-se pelo trabalho quando suas ideias iniciais não foram totalmente atendidas e acabou delegando a Carlos Lemos o desenvolvimento do projeto de execução.
 
Implantação
Em torno de 1220 apartamentos de diferentes tamanhos e programas organizados em setores estanques, com ingressos e circulação vertical separado uns dos outros, apesar da continuidade visual da grande lâmina onde estão localizados. À moradia estavam associados hotel, serviço de lazer, comércio e área livre presente em um amplo terraço jardim;
- Implantação na área central da cidade;
- Atenção voltada à função residencial;
Fonte: BOTEY, 1996, P.64
 
Fachada
 
Fonte: SAMPAIO, 2002, p. 162
Fonte: PHILIPPOU, 2008, p.146
 
 
Edifício Holiday
Endereço: Avenida Cons. Aguiar x Rua Salgueiro, Praia de Boa Viagem, Recife
Arquiteto: Joaquim de Almeida Marques Rodrigues
Proprietário: Paulo Octavio de Lima
Projeto de 1957, entregue em 1959.
 
 
 
Fonte: SAMPAIO, 2002, P. 260
Quando Recife era chamada de Veneza brasileira e a praia de Boa Viagem um paraíso tropical livre de tubarões, o Edifício Holiday era o máximo das residências de verão da classe média pernambucana. Construído entre 1957 e 1959, foi um dos primeiros arranha-céus da capital, junto com o Acaiaca e o Califórnia – erguidos no mesmo bairro também no final da década de 1950. É um marco na Arquitetura Modernista da cidade.
No entanto, a intenção do projeto do engenheiro Joaquim de Almeida Marques Rodrigues desvirtuou as nobres intenções do empreendimento. O que era para ser um local de veraneio e repouso familiar transformou-se num prostíbulo.
Hoje são 476 apartamentos (divididos em 317 kitchenettes, 65 quarto-e-salas e 34 dois-quartos). Entre as quase 3 mil pessoas que ocupam os 17 andares do prédio encontram-se famílias de baixa renda, artesãos e uma abundante população de prostitutas e traficantes. Transformou-se em uma favela vertical no bairro mais nobre de Recife.
Recife
 Recife originou-se como porto da cidade de Olinda então capital de Pernambuco. Por essa condição de porto que Recife tornou-se um ponto de encontro de povos de várias culturas, um mosaico de costumes, o que gerou a cidade de maior diversidade cultural do país.
Recife foi dominada e administrada pelos holandeses em meados do século XVII, trazendo mais uma influência cultural para a cidade. Nesse período de submissão aos holandeses o conde alemão Maurício de Nassau, desembarcou na Nieuw Holland, a Nova Holanda, em 1637, acompanhado por uma equipe de arquitetos e engenheiros. Nesse ponto começa a construção de Mauritsstad, que foi dotada de pontes, diques e canais para vencer as condições geográficas locais. O arquiteto Pieter Post foi o responsável pelo traçado da nova cidade e de edifícios como o palácio de Freeburg, sede do poder de Nassau na Nova Holanda, e do prédio do observatório astronômico, tido como o primeiro do Novo Mundo.
Em 1710 Recife é denominada vila independente devido ao seu desenvolvimento originado pelos mascates que chegavam a todo o momento e se estabeleciam por lá.
O início do século XIX no Recife foi marcado por revoltas inspiradas no ideário liberal vindo da Europa: comerciantes, aristocratas e padres, para exigir mais autonomia para a colônia. Entretanto, a classe dominante evitava questões como o fim da escravatura e dispensava a participação popular, temendo revolução.
Nesse mesmo século, ocorreram as revoluções mais conhecidas da História do Recife. A Revolução de 1817, a Confederação do Equador, de 1824 e a Revolução Praieira, de 1848. O Recife deixou de ser vila, não se subordinava ao poder central, nem estava subordinada a Olinda. Nesse tempo, iniciou-se um grande período de desenvolvimento da cidade. A elevação à categoria de cidade ocorreu em 1823.
No início do século XX, iniciou-se um período de agitação cultural e a encantadora Belle Époque mostrou a busca de novas linguagens para traduzir as velozes mudanças trazidas pelas novas técnicas.
 
Implantação
Trata-se um grande bloco semicircular, implantado no centro de um lote trapezoidal de esquina. Localizado em área pouco consolidada da cidade de então, ocupada quase exclusivamente por veranistas, propunha vários serviços que viabilizaram a moradia permanente de famílias na área. Estavam previstos, em edifícios anexos ao corpo do bloco principal, um centro de abastecimento e uma área para restaurante. No térreo, ocupando os espaços entre os pilotis, localizavam-se as lojas e o acesso aos apartamentos. Os três volumes se interligavam, ainda, por uma longa marquise.
 
Fonte: Google Maps
Fonte: SAMPAIO, 2002, P. 260
Planta Baixa
Ao longo de 17 pavimentos, distribuem-se 28 unidades por pavimento, totalizando 476 apartamentos, sendo de três tipologias: kitchenettes, quarto e sala ou dois dormitórios.
 


 
 



  Fonte: SAMPAIO, 2002, P. 262
Conjunto Residencial Passo d’Areia
Endereço: Porto Alegre
Proprietário: IAPI
Equipe: Marcus Kruter e Edmundo Gardolinski;
Projeto de 1946.
 Porto Alegre
A data oficial de fundação da cidade de Porto Alegre é 26 de março de 1772 com a criação da Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais, um ano depois alterada para Nossa Senhora da Madre de Deus de Porto Alegre. O povoamento, contudo, começou em 1752, com a chegada de 60 casais portugueses açorianos trazidos por meio do Tratado de Madri para se instalarem nas Missões, região do Noroeste do Estado que estava sendo entregue ao governo português em troca da Colônia de Sacramento, nas margens do Rio da Prata. A demarcação dessas terras demorou e os açorianos permaneceram no então chamado Porto de Viamão, primeira denominação de Porto Alegre.
Em 24 de julho de 1773, Porto Alegre se tornou a capital da capitania, com a instalação oficial do governo de José Marcelino de Figueiredo. A partir de 1824, passou a receber imigrantes de todo o mundo, em particular alemães, italianos, espanhóis, africanos, poloneses, judeus e libaneses.
Em 20 de setembro de 1835, como resultado da insatisfação econômica e política, e culminando uma série desentendimentos com o governo central, irrompeu na cidade uma revolta que acabou por tomar um cunho republicano e separatista, a Revolução Farroupilha.
Com o fim da Guerra dos Farrapos, a cidade retomou seu desenvolvimento e passa por uma forte reestruturação urbana nas últimas décadas do século XVIII, movida principalmente pelo rápido crescimento das atividades portuárias e dos estaleiros. O desenvolvimento foi contínuo ao longo do tempo e a cidade se manteve no centro dos acontecimentos culturais, políticos e sociais do país como terra de grandes escritores, intelectuais, artistas, políticos e acontecimentos que marcaram a história do Brasil.
Conjunto Residencial Passo d’Areia

A área consiste em um conglomerado de prédios e de casas de arquitetura peculiar e semelhante, construídos nas décadas de 1940 e 1950, durante a gestão do prefeito Ildo Meneghetti para abrigar trabalhadores da indústria. Seu nome tem origem no Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), que financiou projetos de habitação popular em grandes cidades do Brasil.
A Vila do IAPI foi planejada conforme a concepção urbanística de cidade jardim, tendo sido o primeiro conjunto residencial do país. O seu projeto previa 2.500 moradias, 31 lojas comerciais, um largo para mercado público, onze praças e jardins, escola, postos de distribuição de leite, dentre outros serviços. Foi inaugurado no ano de 1953, pelo então presidente da República, Getúlio Vargas.
Foi na vila que surgiu a escola de samba União da Vila do IAPI, que era um pequeno bloco que desfilava nas ruas do IAPI composto pelos seus fundadores e pela comunidade.
A vila foi berço da cantora Elis Regina. Em frente ao apartamento em que morou, situa-se o Largo Elis Regina, inaugurado em 2002, vinte anos após a morte da cantora.
 

Conclusão
A presente pesquisa foi de imensurável valor ao meu crescimento acadêmico, profissional e influenciou inclusive na minha formação de opinião e postura de cidadã.
Ao longo da pesquisa foi possível aprofundar meus conhecimentos em relação à própria história do Brasil, seja ela geral ou política indo além do campo da Arquitetura e Urbanismo.
Os edifícios analisados estão inseridos em diferentes Estados e regiões brasileiras de forma intencional, para que pudessem ser avaliados nos diferentes contextos, enriquecendo a pesquisa.
Percebe-se que os projetos eram de uma qualidade e complexidade que não encontramos em muitos dos projetos dos tempos atuais. Antes dos projetos serem iniciados, havia uma extensa pesquisa multidisciplinar para servir de ponto de partida para o projeto.
Infelizmente no decorrer do processo, alguns itens eram corrompidos, alterados ou subtraídos, de forma a favorecer questões políticas e pessoais. Como disse Carmen Portinho “coisas nossas, bem nossas”, referindo-se às corrupções do Governo Brasileiro (BONDUKI, 1999, p.112).
O Conjunto Marquês de São Vicente, o “Minhocão da Gávea”, no Rio de Janeiro, sofreu a alteração de uma autoestrada cruzando o edifício, trazendo poluição sonora, tremores no edifício e desprezo com seus moradores. Mais uma vez a comunidade pobre perde para os interesses da sociedade elitista.
Em Recife, por ironia do destino, um dos melhores exemplares da Arquitetura Moderna, veio a transformar-se em uma favela vertical muito mal vista no bairro mais nobre da cidade.
O Edifício Copan, em São Paulo sofreu degradação por falta de manutenção, assim como o Conjunto Prefeito Mendes de Moraes, o Pedregulho, no Rio de Janeiro que já está com alguns blocos da sua infraestrutura comprometidos de tal maneira que foram interditados.
A semelhança entre eles é além de pertencerem ao período do Modernismo, a decadência que todos entraram em seguida.
Hoje em dia já está havendo um retorno, uma tentativa de resgate da população e de alguns órgãos públicos e privados, associações de moradores, enfim, pessoas interessadas e engajadas na revitalização dos conjuntos ou até mesmo dos bairros. Ainda longe do ideal, já que tratamos de marcos do modernismo, mas num mundo tão ávido pelo novo podemos enxergar tais iniciativas como um começo.
Outra questão que foi observada foi ausência de diálogo com seus moradores, desconsideração dos desejos e necessidades dos seus usuários. Os assistentes sociais faziam os levantamentos de acordo com o número de ocupantes, bem como das faixas etárias para dimensionamentos das escolas, por exemplo. Entretanto, não foram avaliados aspectos culturais e regionais. O Modernismo tentava impor seus modos de morar, com pretensões de transformar o cidadão em produtos resultantes da Revolução Industrial, produzidos em série.
Este é mais um item sendo repetido nos dias de hoje. A produção atual de Habitação de Interesse Social tem metas de ordem quantitativa, desconsiderando mais uma vez a questão qualitativa, sem diálogo com o povo, produzindo em massa projetos que se adaptam de norte a sul do país sem levar em consideração nem as diferenças de orientação solar.
A esperança concentra-se na sociedade que precisa organizar-se e pressionar poder púbico exigindo que tais diálogos ocorram e principalmente na preservação da nossa história. História de um tempo que a Arquitetura Brasileira era de tanta qualidade que era referência mundial, elogiada por grandes mestres como Le Corbusier.
Referenciais Bibliográficas
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Fontes Virtuais
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Reidy o filme – Blog. Reidy e o Minhocão da Gávea. Novembro de 2011
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